Educai as crianças, para que não seja necessário punir os adultos. Pitágoras

Educai as crianças, para que não seja necessário punir os adultos. Pitágoras
“O principal objetivo da educação é criar pessoas capazes de fazer coisas novas e não simplesmente repetir o que as outras gerações fizeram.” Jean Piaget

Número de homicídios em Mossoró no ano de 2013

Até o momento, foram registrados 133 homicídios na metrópole do futuro.
Alguém acredita que nossas autoridades (Prefeita, Governadora, Vereadores etc.) estão preocupadas com isso?

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quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Para reflexão

Vejam esse texto de Anio de Freitas

Na porta de entrada


ENTRE PRÉ-SAL, Brasil no jogo político planetário, células tronco, construção de foguetes, submarinos nucleares, feitos esplêndidos e silenciosos de laboratórios científicos, liderança mundial em exportação de vários alimentos -enfim uma República presente no século 21 sob tantos aspectos, de repente a eleição de seu presidente reduz-se ao aborto, se crime ou não. Os candidatos tremem, docilizam-se, mentem. Os bispos e pastores, no velho e no novo púlpito da tv, troam passando-se pela voz divina. Um país com meio milênio de atraso.

O caminho para a conquista do eleitor não são os projetos, não são as ideias, não são os circunstantes técnicos e políticos, não é o diagnóstico do presente e a visão de futuro. É a benção. Proveniente de sedes de bispados e cardinalatos, dos palcos e templos onde os que fazem riqueza inventando seitas recolhem os 10% "de dízimo". É a benção não adotada, mas em versão própria, pelos meios de com unicação que se valham desse atraso para estimular eleitores em uma ou ou em outra direção.

Se o eleitor se convence da insinceridade dos candidatos, testemunha que é da submissão oportunista em quem deveria demonstrar inteireza, ignoro a existência de argumento respeitável para convencê-lo do contrário. Ignoro e duvido que haja.

A eleição dita republicana leva o Brasil ao portal do mundo dos fundamentalismos, essa patologia cujos fins e formas variados são idênticos nas marcas deixadas na história: sempre guerras, mortes impiedosas, sofrimento de inocentes em massa, dominação, e atraso -tantas vezes irreparável no possível caminho do crescimento humano.

Na essência, o fundamentalismo que aqui se torna eleitoral tem a ver com o papel subalterno que as religiões médio-orientais e ocidentais atribuem à mulher. Esse ser que nem na arca de Noé teve um lugar, não teve um lugar entre apóstolos e não foi convidada à última ceia. Nasce com as impurezas que a fazem incapaz para o sacerdócio e, ainda hoje, deve esconder-se do mundo sob véus e burcas e hábitos, quando não é apedrejada pelos castigos que isentam os homens. Nesse tratamento aos considerados filhos de Deus, o fundamentalismo encontra no aborto o crime de homicídio na promessa de pessoa que é o feto. A vida acima de tudo. Não, porém, a vida da mulher que não quis ou nem pode ter o encargo de um filho e, entregue à solução única do aborto precário, perde a vida aos milhares e milhões. É vida de mulher, só.

Mas o que os candidatos à Presidência disputam é a sua possibilidade de influir, decisivamente em inúmeros casos, no futuro de quase 200 milhões de pessoas. Adeptos de religião ou não. E a maioria dos adeptos, só para fins de declaração.


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