Durante o programa observador político desta quinta-feira, o ex-deputado Laíre Rosado argumentava acerca da importância dos recursos recebidos pelos deputados para o pagamento de seus assessores, afirmando que os deputados precisavam de pessoas para desempenhar funções como, por exemplo, escrever seus discursos.
Em uma infeliz comparação, Laíre, que nomalmente se caracteriza pela sobriedade nos comentários, afirmou que "os salários dos professores iriam lá para cima", se juntássemos a esse salário o que é gasto com o pagamento do pessoal da secretaria, merendeiras, faxineiras etc.
O que Laíre esquece é que a faxineira ou a secretária não desempenham as funções do professor, tais como: a elaboração, aplicação e correção de avaliações; o planejamento e o desenvolvimento de atividades em sala de aula; a organização de eventos como feiras de ciências; entre tantas outras atividades.
Desse modo, é totalmente sem sentido considerar que as despesas com os demais profissionais de uma instituição de ensino devam ser contabilizadas como salário do professor, assim como seria sem sentido imaginar que aquilo que é gasto com o pagamento da segurança do congresso deva ser contabilizado como salário de um deputado.
Torço para que Laíre reveja suas opiniões acerca da remuneração dos professores e perceba o quanto esses profissionais são mal remunerados e desvalorizados em nosso país, pois ele é um formador de opinião que está presente na mídia diariamente.
Além disso, espero que sua esposa, que é deputada federal, sua filha, que é deputada estadual, e o seu filho, que é vereador, tenham conciência de que a remuneração dos professores não dá a essa profissão a dignidade e a respeitabilidade que ela merece, já que os três ocupam funções públicas que os permitem contribuir para uma mudança na situação da remuneração dos professores, a nível federal, estadual ou municipal.
Lembre-se: pague um milhão de reais por mês a um político qualquer (deputado, senador, vereador etc.) e você verá que a situação do país não mudará. Por outro lado, pague um salário de R$ 3000,00 a um professor em início de carreira e lhe dê condições adequadas de trabalho e você verá muita coisa boa acontecer no nosso país.
O comentário do ex-deputado revela a opinião que nossa elite tem sobre educação, ou seja a prioridade dispensada ao saber é apenas da boca pra fora.
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