Operação sal grosso

Na última quinta-feira, o juiz da Terceira Vara Criminal da Comarca de Mossoró, Cláudio Mendes Júnior, condenou nove dos 12 denunciados pela "Operação Sal Grosso". O magistrado entendeu que houve má-fé quando os parlamentares fizeram empréstimos consignados e não tiveram o devido desconto em folha.
 

De acordo com o o Jornal "O mossoroense", condenados pela "Operação Sal Grosso", os vereadores Daniel Gomes (PMDB), Manoel Bezerra (DEM) e Claudionor dos Santos e mais os ex-vereadores Benjamim Machado (PMDB), Izabel Montenegro (PMDB), Gilvanda Peixoto (DEM) e Aluízio Feitosa (PMDB) estão livres da "Lei da Ficha Limpa".

É que a lei de iniciativa popular aprovada no Congresso Nacional em 2010 e tornada válida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) apenas na noite de quinta-feira só prevê que fiquem impedidos de disputar eleições aqueles que tenham condenações em órgãos colegiados como TREs, TCEs, OAB ou Conselho Regional de Medicina.

No caso dos nove condenados por conta das investigações da "Operação Sal Grosso", não há risco pelo menos por enquanto. É que a condenação deles foi resultante de uma decisão monocrática que cabe recurso. Caso não recorressem, o que não será o caso, eles ficariam impedidos de disputar o pleito deste ano porque a decisão se tornaria definitiva.
 

Como todos vão recorrer, eles não se enquadrarão na "Lei da Ficha Limpa" que prevê o impedimento do registro de candidatura apenas para condenados em órgãos colegiados. Neste caso a lei se aplica mesmo que o processo esteja em recurso em instâncias superiores.
 

Dos condenados apenas a ex-vereadora Gilvanda Peixoto não manifestou interesse em tentar renovar o mandato. Os demais estão interessados em disputar o pleito. Alguns até trocaram de partido com esse objetivo.

Nesse processo foram absolvidos Chico da Prefeitura (DEM), Francisco José Júnior (PMN) e Renato Fernandes (PR).

 Nota do blog: É lamentavel constatar que, em Mossoró, as páginas dedicadas à política nos jornais estão cada vez mais parecidas com as páginas policiais. Investigações como esta ajudam a entender porque alguns candidatos gastam verdadeiras fortunas para se elegerem para cargos que pagam um salário que, durante os quatro anos de mandato, não lhes permitem repor tudo o que foi gasto durante a campanha eleitoral.

Onde fica o povo nessa história? Para esses "políticos" o povo é apenas um detalhe.

Se você tem alguma dúvida acerca disso, basta analisar essa manobra ridícula para fazer da irmã da governadora a futura prefeita de Mossoró.