Tá vendo a aquele engenheiro, moço?
Ajudei a lhe formar
Foi muita dedicação
Eu lhe dei educação
pra sair e pra entrar
Hoje vejo ele importante
Bem pra frente e elegante
Dirigindo o seu carrão
E me passa disfarçado
Nem se lembra do passado
Nem vem me cumprimentar
Meu trabalho está cumprido
Vou pra casa enaltecido
Pois cumpri o meu dever
Tantas se passaram
Meus alunos se formaram
Mas sem me reconhecer.
Tá vendo aquele médico, moço?
Que está dando plantão
Para ele aprender
Quando ia escrever
Eu pegava em sua mão
Hoje me vejo doente
Como qualquer paciente
Vou pra fila esperar
Mas o médico é ocupado
Saiu muito apressado
Não pode me consultar
Minha voz está cansada
Não tenho tempo pra nada
Só mesmo para ensinar
O doutor que eu procurei
E um dia lhe ensinei
Não pode me medicar
Tá vendo aquelas crianças, moço?
São meus alunos também
Pra cumprir minha missão
Vou lhes dar educação
amando e querendo bem
Que um dia no futuro
Tenham caminho seguro
Com Jesus a abençoar
São crianças inocentes
Também precisam da gente
Para a vida melhorar.
Fui eu que eduquei turistas,
Advogados e dentistas,
Prefeito e governador
Eles são bem sucedidos
E eu não reconhecido
Sou apenas, apenas professor!
(Paródia da música Cidadão,de Zé Geraldo)
Antonio Sabino
Professor
Quem sou eu
- Aleksandre Saraiva Dantas
- Em um relacionamento divertido com o conhecimento, a vida, a família e a profissão docente.
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
Porque não existe dinheiro para educação, saúde, segurança, reforma agrária etc.
Vejam os últimos números acerca da dívida pública brasileira e saiba para onde vai a fortuna que o governo arrecada com a famigerada carga tributária e porque não existe dinheiro para educação, saúde, segurança, reforma agrária etc..
De acordo com o jornal O Estadão (www.estadão.com.br), "A Dívida Pública Total aumentou 1,04% e atingiu R$ 1,618 trilhão em agosto, após ter registrado R$ 1,601 trilhão em julho, segundo informou hoje o Tesouro Nacional. A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) cresceu 1,03% no mês passado, para R$ 1,524 trilhão, ante o resultado de R$ 1,509 trilhão apresentado em julho."
De acordo com o Tesouro Nacional, o estoque da Dívida Pública Mobiliária Federal externa (DPMFe) cresceu 1,35% em agosto ante julho, encerrando o mês passado em R$ 93,5 bilhões. Os gastos com os juros da dívida interna totalizaram R$ 13,131 bilhões em agosto, enquanto os relativos à dívida externa somaram R$ 320,8 milhões.
Quando o candidato Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) defende a necessidade de uma auditoria da dívida e a redução de gastos com pagamento de juros para que o país possa investir em outras áreas (saúde, educação, segurança, reforma agrária etc.), muitos eleitores não levam os argumentos do candidato a sério, preferindo acreditar em candidatos que não discutem essa questão por medo de se indispor com os grandes agiotas nacionais e internacionais, que se beneficiam, a décadas, dos juros exorbitantes pagos pelo governo brasileiro.
terça-feira, 21 de setembro de 2010
Sindicato de servidores do IFRN emite nota de repúdio contra Rosalba Ciarlini
Vejam a nota de repúdio emitida pelo SINASEFE com relação às afirmações feitas pela candidata acerca da sua participação no processo de expansão da rede federal de educação profissional no RN.
Como é que a nossa "ilustre" senadora vai explicar isso?
Obs.: Para visualizar melhor a nota, click sobre ela e você verá que ela ficará maior.
Como é que a nossa "ilustre" senadora vai explicar isso?
Obs.: Para visualizar melhor a nota, click sobre ela e você verá que ela ficará maior.
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
O político, o paraíso e o inferno
Um deputado está andando tranqüilamente quando é atropelado e morre.
A alma dele chega ao Paraíso e dá de cara com São Pedro na entrada.
-'Bem-vindo ao Paraíso!'; diz São Pedro
-'Antes que você entre, há um probleminha.
Raramente vemos parlamentares por aqui, sabe, então não sabemos bem o que fazer com você.
-'Não vejo problema, é só me deixar entrar', diz o antigo deputado.
-'Eu bem que gostaria, mas tenho ordens superiores. Vamos fazer o seguinte:
Você passa um dia no Inferno e um dia no Paraíso Aí, pode escolher onde quer passar a eternidade.
-'Não precisa, já resolvi. Quero ficar no Paraíso diz o deputado.
-'Desculpe, mas temos as nossas regras. '
Assim, São Pedro o acompanha até o elevador e ele desce, desce, desce até o Inferno.
A porta se abre e ele se vê no meio de um lindo campo de golfe.
Ao fundo o clube onde estão todos os seus amigos e outros políticos com os quais havia trabalhado.
Todos muito felizes em traje social.
Ele é cumprimentado, abraçado e eles começam a falar sobre os bons tempos em que ficaram ricos às custas do povo.
Jogam uma partida descontraída e depois comem lagosta e caviar.
Quem também está presente é o diabo, um cara muito amigável que passa o tempo todo dançando e contando piadas.
Eles se divertem tanto que, antes que ele perceba, já é hora de ir embora.
Todos se despedem dele com abraços e acenam enquanto o elevador sobe.
Ele sobe, sobe, sobe e porta se abre outra vez. São Pedro está esperando por ele..
Agora é a vez de visitar o Paraíso.
Ele passa 24 horas junto a um grupo de almas contentes que andam de nuvem em nuvem, tocando harpas e cantando.
Tudo vai muito bem e, antes que ele perceba, o dia se acaba e São Pedro retorna.
-' E aí ? Você passou um dia no Inferno e um dia no Paraíso.
Agora escolha a sua casa eterna.' Ele pensa um minuto e responde:
-'Olha, eu nunca pensei .. O Paraíso é muito bom, mas eu acho que vou ficar melhor no Inferno.'
Então São Pedro o leva de volta ao elevador e ele desce, desce, desce até o Inferno.
A porta abre e ele se vê no meio de um enorme terreno baldio cheio de lixo.
Ele vê todos os amigos com as roupas rasgadas e sujas catando o entulho e colocando em sacos pretos.
O diabo vai ao seu encontro e passa o braço pelo ombro do deputado.
-' Não estou entendendo', - gagueja o deputado - 'Ontem mesmo eu estive aqui e havia um campo de golfe, um clube, lagosta, caviar, e nós dançamos e nos divertimos o tempo todo. Agora só vejo esse fim de mundo cheio de lixo e meus amigos arrasados!!!'
O diabo olha pra ele, sorri ironicamente e diz:
-'Ontem estávamos em campanha.
Agora, já conseguimos o seu voto...'
domingo, 19 de setembro de 2010
Valorização do professor ou uma tentativa desesperada de "conquistar" votos?
No último 17/09, o governo do RN entregou 10.200 notebooks para os professores da rede estadual de ensino através do projeto Professor Conectado.
De acordo com o site do governo do RN: "Depois da entrega o governo garantirá o acesso à Internet e, posteriormente, disponibilizará softwares específicos para o trabalho pedagógico."
"O papel do Estado é dar condições para que os trabalhadores da rede trabalhem melhor. Este projeto permitirá a elaboração de aulas com mais qualidade aos estudantes das escolas estaduais do RN". Observa o governador Iberê Ferreira de Souza.
O que poderia ser visto como um indicativo de valorização do professor e do reconhecimento da importância do uso de tecnologias mais modernas na educação (o que é extremamente válido), soou mais como uma tentativa desesperada de conquistar a simpatia dos profissionais da educação, já que os notebooks estão sendo entregues quando faltam apenas 16 dias para a eleição e o atual governador, candidato à reeleição, está com enormes dificuldades para emplacar sua campanha.
Além disso, o governador parece ter esquecido de qualificar os professores para o uso dessa tecnologia na educação (o que não é tão simples). Assim, corremos o risco de ver o governo jogar fora R$ 12.800.000,00, com pouca melhoria efetiva da qualidade da educação.
Um exemplo parecido com este ocorreu (talvez ainda ocorra) aqui mesmo em Mossoró, quando a prefeitura equipou algumas escolas com laboratórios de informática, que ficaram fechados, pois os professores não os utilizavam.
O que eu tenho escutado é que parentes de alguns professores se deram bem, pois ganharam notebooks novos sem gastar um tostão.
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Dica de cinema
A MASSAI BRANCA
A Massai Branca é uma história baseada no livro autobiográfico de Corinne Hofmann, que narra de maneira sóbria e cronológica a incrível saga de Carola Lehmann (Nina Hoss), uma mulher suíça, de classe média alta, que passa as férias no Quênia em companhia do namorado Stefan (Janek Rieke). Tudo transcorre da maneira mais normal possível, até o momento em que ela conhece Lemalian (Jacky Ido), um guerreiro negro da cultura queniana denominada Massai, por quem ela se apaixona. Encantada pelo homem, diferente de qualquer outro que já conheceu, Carola decide abandonar o namorado e se embrenhar pelo interior da África em busca de Lemalian. O que Carola encontra é um mundo totalmente diferente do apresentado aos turistas. Para conseguir o que quer, ela conhece cidades muito pobres e enfrenta muitas adversidades, até contar com a ajuda da alemã Elisabeth (Katja Flint), que já havia feito algo parecido. Já na tribo de Lemalian, ela começa a conhecer melhor o mundo do amado e a aprender um pouco de seu modo de viver. Porém, mesmo com a certeza de que os sentimentos dele são os mesmos que os dela, Carola não consegue suportar as grandes diferenças entre as duas culturas. Por fim, essas dificuldades fazem com que Carola decida abandonar Lemalian e a tribo em que viviam para voltar a viver em seu País de origem.
Ao longo de todo o filme fica evidente a problemática dos choques culturais vividos por uma européia branca de formação capitalista e um pastor de cabras africano que habita uma comunidade nas montanhas. Essas diferenças ficam evidentes em diversos momentos do filme, dos quais destacamos: as expressões da sexualidade, a noção de prazer, os rituais, as crenças e as questões de gênero.
Em síntese: um filme muito interessante. Vale à pena assistir ou, para quem preferir, ler o livro.
Em síntese: um filme muito interessante. Vale à pena assistir ou, para quem preferir, ler o livro.
domingo, 12 de setembro de 2010
O erro de Serra.
Quando vejo o candidato José Serra (PSDB) nos debates ou no horário eleitoral, fico imaginando quem está elaborando a sua péssima estratégia de campanha.
Até parece que eles estão fazendo força para perder a eleição.
O discurso de Serra é tão parecido com o da Dilma que nem parece que ele está fazendo oposição ao atual governo.
Para a equipe de campanha de Serra tudo se resume a uma questão de quem gerencia melhor, ele ou Dilma. Assim, restaria ao eleitor escolher entre esses dois candidatos, aquele que é capaz de fazer com mais competência as mesmas coisas.
Mas, o grande erro de Serra é esconder o ex-presidente FHC.
Ao invés de apresentar os méritos do trabalho de FHC (que se re-elegeu no primeiro turno em 1998), situando historicamente esse governo e mostrando as conquistas obtidas (Plano Real, controle da inflação, responsabilidade fiscal, FUNDEF, bolsa escola, genéricos etc.) e as dificuldades enfrentadas, Serra chegou ao ponto de tentar vincular sua imagem à imagem do presidente Lula, numa fracassada tentativa de confundir o eleitor.
Com uma estratégia de campanha cheia de equívocos e com aliados que têm pavor de se vincular a sua imagem (vejam o caso de Rosalba, que quer ver o diabo, mas não quer chegar perto do Serra), Serra está fadado a perder mais uma eleição e o PSDB continuará vagando no limbo da oposição.
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
Uma cusparada na nossa débil democracia.
O principal tema do debate organizado pela TV Gazeta e pelo jornal "O Estado de S. Paulo", que foi ao ar na noite desta quarta-feira, foi a ausência da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff.
Os demais candidatos aproveitaram os cinco blocos do debate para criticar a ausência da candidata do PT. Porém, como demonstram as pesquisas, nada de ruim cola na candidata, que certamente irá ganhar as eleições (provavelmente, no primeiro turno).
Armada com o bolsa família (para agradar aos mais pobres), o superávit primário (para agradar aos mais ricos) e blindada pela popularidade do presidente Lula, Dilma se sente no direito de se ausentar dos debates, enfraquecendo ainda mais a nossa frágil democracia, que tem como como principais bases a limitada "possibilidade de escolha dos nossos representantes" e a questionável "liberdade de imprensa".
domingo, 5 de setembro de 2010
Fortalecendo a democracia 2: Conhecendo o Partido da Causa Operária (PCO)
Dando continuidade a nossa proposta de apresentar ideias, propostas e pontos de vista de candidatos e partidos excluídos da grande mídia, selecionamos um texto escrito por Rui Costa Pimenta (PCO-29).
COMO CONTINUAR ENGANANDO O POVO?
Esta é a pergunta que todas as alas de todos os partidos no Congresso Nacional estão se fazendo neste momento. É também a grande pergunta que ocupa o tempo da imprensa burguesa.
A resposta a esta pergunta será resolvida, para cada ala, de acordo com a avaliação que façam da paciência popular.
Alguns, como Renan Calheiros e sua turma, acreditam, obviamente, que a paciência popular é infinita. Outros, como os demais setores do PMDB, se não têm esta certeza sobre o fato da população brasileira ser a personificação coletiva da figura bíblica de Jó, ao menos estão dispostos a arriscar e livrar o presidente do Senado para preservar o seu aliado. Já os setores que vão da direita do DEM (ex-PFL) à esquerda do PSol consideram que esta capacidade de tolerância está um tanto consumida pelos incontáveis escândalos e estão mais que dispostos a sacrificar o pescoço do líder pemedebista para não ter que sacrificar os seus próprios.
Está claro que os últimos são mais realistas. Já encomendaram CPI, que no Brasil se transformaram, por força do humor popular, em novos tipos de fornos de assar pizza. Não há dúvida que a autoridade política do Congresso Nacional, após uma longa e dolorosa experiência popular, está nos seus estertores. E todas as pessoas honestas do País somente podem se alegrar com isso. Quanto mal este antro de corrupção já não causou ao povo brasileiro? Não estamos nos referindo apenas às leis iníquas e monstruosas que aprovou, como as várias “reformas” da Previdência ou os ataques sistemáticos aos direitos sindicais e democráticos dos trabalhadores, os ataques à economia nacional para favorecer os banqueiros e capitalistas estrangeiros destruindo a economia nacional e espalhando o desemprego e a miséria, aprofundando o submetimento do País ao capital estrangeiro.
Tudo isso, é pouca coisa. Até mesmo, porque o Congresso é em grande medida uma mera fachada, uma vez que a sua pauta e os seus projetos são todos ditados pelo Executivo e por forças exteriores a ele.
O problema central é a função principal do Congresso, que é a de servir de fachada “democrática” para a ditadura que existe no País. Com esta fachada, este ilusionismo, alimentado pela “oposição democrática” nos tempos da ditadura, do PMDB, PSDB, PDT, PSB e outros primeiro, e pela “esquerda” burguesa do PT e do PSol e satélites como o PSTU, o Congresso foi um instrumento indispensável em diversas oportunidades, para derrotar a mobilização popular e salvar os inimigos do povo de perder a cabeça quando esta já se encontrava, figurativamente, na guilhotina.
Os grandes momentos desta atividade criminosa contra o povo e a classe operária brasileira foram a campanha das Diretas Já, quando a coligação PT-PMDB, com o apoio de toda a ala “esquerda” deste último partido, conduziram e atrelaram toda a imensa luta popular ao Congresso Nacional como quem conduz uma rês ao abatedouro, com o propósito de derrotá-la. A crise do governo Collor de Mello, quando, com a ajuda do PT e da UNE, então dirigida pelo inesquecível Lindbergh Farias, ex-PCdoB, ex-PSTU e atual PT, o Congresso deu posse a ninguém menos que o seu vice, cujo único ato a ser lembrado é a eleição de Fernando Henrique Cardoso através do estelionato do Plano Real. Poderíamos ir até o final do ano, relembrando todas as derrotas que esta arapuca chamada Congresso Nacional infligiu às reivindicações e lutas do povo e da classe trabalhadora brasileira.
Durante a crise, alguns disseram que era necessário preservar a instituição, outros disseram até mesmo que não merece ser preservada em função da corrupção. O que não foi dito e é a única coisa que corresponde à realidade é que o Congresso é a organização dos corruptos nacionais e o maior seguro para os corruptos contra a fúria popular. Da mesma forma que derrotaram todas as reivindicações populares que foram levadas para lá, também conseguiram preservar não apenas a corrupção em geral, como todos os corruptos individualmente. Acaso, o notório criminoso Fernando Collor de Mello, cassado pelo Congresso, não é senador da República, defendido no senado como “injustiçado”? Acaso Gedell Vieira Lima, parlamentar de grande prestígio e ministro de Lula, um dos cardeais do PMDB, não é um dos memoráveis “anões do orçamento”?
O Congresso é utilizado – e esta é a sua verdadeira função – como fachada “democrática” de um regime que nada tem de democrático em nenhum sentido da palavra. Sua virtude é dar uma aparência de democracia a decisões arbitrárias, que somente atendem os interesses dos banqueiros e grandes capitalistas contra o povo. É criar a ilusão da decisão da maioria, quando, na realidade, até mesmo dentro do Congresso, as decisões são tomadas por uma minoria. É dar a impressão de que deputados decidem em uma instituição deliberativa, quando na realidade, a instituição não tem poder algum de decisão e é dominada por forças legais e ilegais exteriores a ela.
Esta fraude é o que recebe o nome de democracia.
Considerando-se estes fatos é que podemos nos dar conta, inteiramente, do papel criminoso da esquerda brasileira e da política que se chama de “frente popular”. Toda a sua atividade desde a sua organização nos anos 70 está voltada para inculcar no povo a ilusão da democracia em um país sem qualquer sombra de democracia. Do PT ao PSTU, passando pelos PCdoB, PSol e tutti quanti, o eixo da política desta esquerda consistiu sempre na colaboração com os interesses dos grandes capitalistas, na subordinação das massas e das suas organizações, nas quais até agora foram majoritários, à burguesia e ao seu regime político, sacramentados pela democracia.
Quando vemos o PSol alegremente propondo CPIs e processo contra os deputados denunciados – denunciados sim, porque dizer “corruptos” seria naturalmente operar uma discriminação injusta – vemos repetir pela terceira ou quarta vez a farsa do surgimento do partido “ético” que já foi o PMDB, o PSDB e o PT. O papel designado ao partido ético é o de encobrir as manobras das outras quadrilhas políticas no sentido de salvar as aparências e fingir que alguém será punido.
Os trabalhadores devem repudiar esta farsa dos corruptos fingindo que estão julgando a si mesmos. É preciso colocar em questão não apenas os deputados individualmente como corruptos e como inimigos das aspirações do povo, mas a própria instituição e o próprio mecanismo de engodo que é o Congresso Nacional. É preciso romper também de maneira completa e decidida com todos os partidos, de esquerda e de direita que têm nos últimos 30 anos alimentado esta fraude contra os trabalhadores e o povo.
A resposta a esta pergunta será resolvida, para cada ala, de acordo com a avaliação que façam da paciência popular.
Alguns, como Renan Calheiros e sua turma, acreditam, obviamente, que a paciência popular é infinita. Outros, como os demais setores do PMDB, se não têm esta certeza sobre o fato da população brasileira ser a personificação coletiva da figura bíblica de Jó, ao menos estão dispostos a arriscar e livrar o presidente do Senado para preservar o seu aliado. Já os setores que vão da direita do DEM (ex-PFL) à esquerda do PSol consideram que esta capacidade de tolerância está um tanto consumida pelos incontáveis escândalos e estão mais que dispostos a sacrificar o pescoço do líder pemedebista para não ter que sacrificar os seus próprios.
Está claro que os últimos são mais realistas. Já encomendaram CPI, que no Brasil se transformaram, por força do humor popular, em novos tipos de fornos de assar pizza. Não há dúvida que a autoridade política do Congresso Nacional, após uma longa e dolorosa experiência popular, está nos seus estertores. E todas as pessoas honestas do País somente podem se alegrar com isso. Quanto mal este antro de corrupção já não causou ao povo brasileiro? Não estamos nos referindo apenas às leis iníquas e monstruosas que aprovou, como as várias “reformas” da Previdência ou os ataques sistemáticos aos direitos sindicais e democráticos dos trabalhadores, os ataques à economia nacional para favorecer os banqueiros e capitalistas estrangeiros destruindo a economia nacional e espalhando o desemprego e a miséria, aprofundando o submetimento do País ao capital estrangeiro.
Tudo isso, é pouca coisa. Até mesmo, porque o Congresso é em grande medida uma mera fachada, uma vez que a sua pauta e os seus projetos são todos ditados pelo Executivo e por forças exteriores a ele.
O problema central é a função principal do Congresso, que é a de servir de fachada “democrática” para a ditadura que existe no País. Com esta fachada, este ilusionismo, alimentado pela “oposição democrática” nos tempos da ditadura, do PMDB, PSDB, PDT, PSB e outros primeiro, e pela “esquerda” burguesa do PT e do PSol e satélites como o PSTU, o Congresso foi um instrumento indispensável em diversas oportunidades, para derrotar a mobilização popular e salvar os inimigos do povo de perder a cabeça quando esta já se encontrava, figurativamente, na guilhotina.
Os grandes momentos desta atividade criminosa contra o povo e a classe operária brasileira foram a campanha das Diretas Já, quando a coligação PT-PMDB, com o apoio de toda a ala “esquerda” deste último partido, conduziram e atrelaram toda a imensa luta popular ao Congresso Nacional como quem conduz uma rês ao abatedouro, com o propósito de derrotá-la. A crise do governo Collor de Mello, quando, com a ajuda do PT e da UNE, então dirigida pelo inesquecível Lindbergh Farias, ex-PCdoB, ex-PSTU e atual PT, o Congresso deu posse a ninguém menos que o seu vice, cujo único ato a ser lembrado é a eleição de Fernando Henrique Cardoso através do estelionato do Plano Real. Poderíamos ir até o final do ano, relembrando todas as derrotas que esta arapuca chamada Congresso Nacional infligiu às reivindicações e lutas do povo e da classe trabalhadora brasileira.
Durante a crise, alguns disseram que era necessário preservar a instituição, outros disseram até mesmo que não merece ser preservada em função da corrupção. O que não foi dito e é a única coisa que corresponde à realidade é que o Congresso é a organização dos corruptos nacionais e o maior seguro para os corruptos contra a fúria popular. Da mesma forma que derrotaram todas as reivindicações populares que foram levadas para lá, também conseguiram preservar não apenas a corrupção em geral, como todos os corruptos individualmente. Acaso, o notório criminoso Fernando Collor de Mello, cassado pelo Congresso, não é senador da República, defendido no senado como “injustiçado”? Acaso Gedell Vieira Lima, parlamentar de grande prestígio e ministro de Lula, um dos cardeais do PMDB, não é um dos memoráveis “anões do orçamento”?
O Congresso é utilizado – e esta é a sua verdadeira função – como fachada “democrática” de um regime que nada tem de democrático em nenhum sentido da palavra. Sua virtude é dar uma aparência de democracia a decisões arbitrárias, que somente atendem os interesses dos banqueiros e grandes capitalistas contra o povo. É criar a ilusão da decisão da maioria, quando, na realidade, até mesmo dentro do Congresso, as decisões são tomadas por uma minoria. É dar a impressão de que deputados decidem em uma instituição deliberativa, quando na realidade, a instituição não tem poder algum de decisão e é dominada por forças legais e ilegais exteriores a ela.
Esta fraude é o que recebe o nome de democracia.
Considerando-se estes fatos é que podemos nos dar conta, inteiramente, do papel criminoso da esquerda brasileira e da política que se chama de “frente popular”. Toda a sua atividade desde a sua organização nos anos 70 está voltada para inculcar no povo a ilusão da democracia em um país sem qualquer sombra de democracia. Do PT ao PSTU, passando pelos PCdoB, PSol e tutti quanti, o eixo da política desta esquerda consistiu sempre na colaboração com os interesses dos grandes capitalistas, na subordinação das massas e das suas organizações, nas quais até agora foram majoritários, à burguesia e ao seu regime político, sacramentados pela democracia.
Quando vemos o PSol alegremente propondo CPIs e processo contra os deputados denunciados – denunciados sim, porque dizer “corruptos” seria naturalmente operar uma discriminação injusta – vemos repetir pela terceira ou quarta vez a farsa do surgimento do partido “ético” que já foi o PMDB, o PSDB e o PT. O papel designado ao partido ético é o de encobrir as manobras das outras quadrilhas políticas no sentido de salvar as aparências e fingir que alguém será punido.
Os trabalhadores devem repudiar esta farsa dos corruptos fingindo que estão julgando a si mesmos. É preciso colocar em questão não apenas os deputados individualmente como corruptos e como inimigos das aspirações do povo, mas a própria instituição e o próprio mecanismo de engodo que é o Congresso Nacional. É preciso romper também de maneira completa e decidida com todos os partidos, de esquerda e de direita que têm nos últimos 30 anos alimentado esta fraude contra os trabalhadores e o povo.
Para conhecer melhor o PCO, visite o site:
http://www.pco.org.br/pagina_inicial.php
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Até quando?
Vendo diariamente dezenas de pessoas que disperdiçam seu dia para ganhar R$ 20,00, exercendo uma atividade tão insignificante, fico me perguntando: Até quando essas pessoas irão se contentar com essas esmolas distribuídas por nossos "digníssimos" dirigentes?
Não adianta olhar pro céu, com muita fé e pouca luta.
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer e muita greve, você pode, você deve, pode crer.
Não adianta olhar pro chão, virar a cara pra não ver.
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus sofreu não quer dizer que você tenha que sofrer.
Até quando você vai ficar usando rédea?
Rindo da própria tragédia?
Até quando você vai ficar usando rédea? (Pobre, rico, ou classe média).
Até quando você vai levar cascudo mudo?
Muda, muda essa postura.
Até quando você vai ficando mudo?
Muda que o medo é um modo de fazer censura.
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer e muita greve, você pode, você deve, pode crer.
Não adianta olhar pro chão, virar a cara pra não ver.
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus sofreu não quer dizer que você tenha que sofrer.
Até quando você vai ficar usando rédea?
Rindo da própria tragédia?
Até quando você vai ficar usando rédea? (Pobre, rico, ou classe média).
Até quando você vai levar cascudo mudo?
Muda, muda essa postura.
Até quando você vai ficando mudo?
Muda que o medo é um modo de fazer censura.
Até quando você vai levando?
(Porrada! Porrada!)
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando?
(Porrada! Porrada!)
Até quando vai ser saco de pancada?
Você tenta ser feliz, não vê que é deprimente, seu filho sem escola, seu velho tá sem dente.
Cê tenta ser contente e não vê que é revoltante, você tá sem emprego e a sua filha tá gestante.
Você se faz de surdo, não vê que é absurdo, você que é inocente foi preso em flagrante!
É tudo flagrante! É tudo flagrante!
A polícia matou o estudante, falou que era bandido, chamou de traficante.
A justiça prendeu o pé-rapado, soltou o deputado... e absolveu os PMs de vigário!
A polícia só existe pra manter você na lei, lei do silêncio, lei do mais fraco: ou aceita ser um saco de pancada ou vai pro saco.
A programação existe pra manter você na frente, na frente da TV, que é pra te entreter, que é pra você não ver que o programado é você.
Acordo, não tenho trabalho, procuro trabalho, quero trabalhar.
O cara me pede o diploma, não tenho diploma, não pude estudar.
E querem que eu seja educado, que eu ande arrumado, que eu saiba falar.
Aquilo que o mundo me pede não é o que o mundo me dá.
Consigo um emprego, começa o emprego, me mato de tanto ralar.
Acordo bem cedo, não tenho sossego nem tempo pra raciocinar.
Não peço arrego, mas onde que eu chego se eu fico no mesmo lugar?
Brinquedo que o filho me pede, não tenho dinheiro pra dar.
Escola, esmola!
Favela, cadeia!
Sem terra, enterra!
Sem renda, se renda!
Não! Não!!
Muda, que quando a gente muda o mundo muda com a gente.
A gente muda o mundo na mudança da mente.
E quando a mente muda a gente anda pra frente.
E quando a gente manda ninguém manda na gente.
Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura.
Na mudança de postura a gente fica mais seguro, na mudança do presente a gente molda o futuro!
Até quando você vai ficar levando porrada, até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai ficar de saco de pancada?
Até quando você vai levando?
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