Nesta quarta-feira, o congresso nacional deu um show de eficiência na aprovação de um projeto. Pena que toda essa eficiência serviu apenas para que deputados e senadores aumentassem seus próprios salários, junto com os salários do presidente da república e dos ministros de Estado.
Todos irão receber salários equivalentes aos salários dos ministros do Supremo Tribunal Federal, fixados em R$ 26.723,13.
O deputado Francisco Everardo (tiririca) estava por lá e comemorou o aumento.
De forma totalmente irresponsável, deputados e senadores aprovaram um aumento que terá um impacto de 2 bilhões de reais por ano nas contas públicas, já que salários de deputados estaduais e vereadores têm salários vinculados aos salários dos deputados federais.
Três senadores se manifestaram contra o aumento salarial. A senadora Marina Silva (PV-AC) apontou a baixa média salarial do país e a necessidade de corte de gastos públicos. Marina justificou sua posição dizendo que o momento atual é de grave crise econômica global e que, embora o Brasil não tenha sido "dramaticamente afetado" por seus efeitos, nenhum trabalhador recebeu aumento da ordem de 60%, como o que estava sendo proposto para os parlamentares e integrantes do Poder Executivo.
- Gostaria de manifestar minha posição contrária. O mais correto seria um ajuste equivalente à inflação, como defende o PSOL - declarou Marina.
O líder do PSOL, senador José Nery (PA), apresentou voto contrário do partido - Não tivemos a mesma coragem e determinação para aprovar o reajuste do salário mínimo para R$ 580 por mês. O governo e sua representação no Congresso não permitiram que [o aumento do mínimo] fosse de acordo com a inflação - criticou.
O líder do PSDB, senador Alvaro Dias (PR), disse concordar que há defasagem no salário dos parlamentares, mas que o aumento só seria plausível se viesse com um corte das verbas de gabinete.
Fonte: Agência Senado
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