Mossoró tem mais uma marca macabra para comemorar.
Chegamos ao centésimo homicídio no ano de 2011.
100 homicídios em pouco mais de 5 meses.
Pergunto novamente a você leitor: temos algum motivo para passar um mês fazendo festa às custas do dinheiro público?
Para que serviu os mais de 80% de votos que a população de Mossoró destinou a sua ex-prefeita e atual governadora Rosalba Ciarlini?
Para que serve uma prefeita que não é capaz de se pronunciar diante do verdadeiro massacre que está ocorrendo em nossa cidade?
Quais as ações desenvolvidas pela dupla Rosalba/Fafá para combater os criminosos e evitar que as crianças de hoje se tornem os assassinos de amanhã?
em Mossoró falta educação, saúde e segurança de qualidade e essas ações são de responsabilidade do Estado e da Prefeitura.
A ausência dessas ações tem gerado esse mar de sangue que banha as ruas de Mossoró.
E não venham me dizer que só está morrendo bandido e que isso é uma limpeza.
Vários cidadãos de bem já morreram esse ano e muitos outros não morreram porque se acovardaram quando foram vítimas de assalto e, corretamente, não reagiram a ação dos criminosos.
Enquanto a cidade de Mossoró é banhada pelo sangue de seus cidadãos, nossos gestores se preocupam apenas em fazer festa e se preparar para a eleição do próximo ano, pois o que importa para eles é continuar se beneficiando das estruturas do poder público em detrimento dos interesses da população.
Gilmar Henrique
ResponderExcluirQue acham disso?:
ITEP de Mossoró não está mais autorizado a divulgar estatísticas da violência
A proibição, segundo o subsecretário de segurança é para que se possa trabalhar de forma centralizada com os dados.
Leiamo-la : http://gtcmossoro.blogspot.com/
O secretário de Segurança do Governo Rosalba Ciarlini veio ontem a Mossoró dar uma demonstração de anacronismo e incompetência explícitos. Como na famigerada piada do sofá, em que o marido traído, em vez de separar-se da mulher adúltera manda queimar o sofá onde flagrou a cena da traição, vem o senhor secretário de segurança do Estado à terra da governadora, dizer que não se podem divulgar as mortes.
ResponderExcluirPelo menos o ITEP, cujo diretor quase caía, porque deixou a cidade saber que cem mossoroenses já perderam as vidas na boca do trabuco neste ano da (des)graça de 2011, desde que a filha da terra assumiu o comando do poder estadual. Só faltou dizer com a boca da insensatez: "pode matar, o que não pode é divulgar". Querer que cem mortes violentas em 157 dias, ou seja, um assassinato a cada 37 horas, fiquem sem divulgação, é, santa estupidez, "querer tapar o sol com uma peneira"... Já não basta esta outra piada da tal "Operação Sertão Seguro" que o governo Rosalba anuncia?
Há dias vieram 40 policiais a Mossoró, uma "Tropa de Elite" que enquanto aqui esteve, se é que já foi, viu amiudarem os crimes. Quando chegaram à terra de Santa Luzia, a média era de um assassinato a cada 44 horas, hoje é a cada 37. Fala-se em "estado de guerra" em Mossoró. Não é bem isso. É mais grave. Também não tem nada de guerrilha, como alguns incautos estão dizendo na imprensa. As duas formas de confronto armado têm suas regras e suas lógicas. Tem lados, tem espaços definidos, onde os combates se dão, mesmo que a guerrilha seja mais surpreendente no explodir de enfrentamentos.
O que Mossoró vive é a barbárie. A baderna armada, o bangue-bangue sem as regras dos duelos do Velho Oeste americano, onde havia um código de honra entre mocinhos e pistoleiros. Mossoró é, hoje, uma terra sem lei. Território de ninguém, onde a autoridade desertou, onde o poder virou vácuo e ao cidadão só resta esconder-se atrás das grades e dos cadeados do próprio lar/xadrez.
Qualquer um encontra uma arma em qualquer lugar, por qualquer quantia, conseguida de qualquer jeito e mata qualquer um, a qualquer hora. É o caos... E o governo estadual nem... "cumo coisa". Olimpicamente age como se não tivesse nada a ver com a tragédia.
É tudo muito grave. Dói ouvir na rádio: "Chuva de Balas no País de Mossoró começa a ser apresentado", findos os comerciais entram as notícias. "Mataram um cabeleireiro com três tiro... é o nonagésimo nono assassinato"; Poucas horas depois: "Chuva de Balas no País de Mossoró começa a ser apresentado": entra o noticiário: "Mataram um flanelinha. É o centésimo assassinato registrado no Itep de Mossoró".
Já não se sabe onde se estabelece a fronteira entre a arte e a vida, entre o real e a fantasia... E a reação do secretário de segurança é mandar parar de divulgar. Como Castro Alves, só nos resta clamar: Deus, Ó Deus, onde estás que não me escutas?
Dolorosamente ontem lembrei Dom Hélder Câmara, quando o Papa Paulo VI lhe perguntou como ele estava vendo a Igreja Católica?
- Com preocupação, respondeu o arcebispo brasileiro.
- Por quê? Perguntou o Papa.
- Porque nunca mais mataram um Papa... Respondeu Dom Hélder.
Fiquei a fazer a pergunta que já ouvi de várias pessoas em Mossoró. Será que só vão começar a se preocupar quando matarem um Rosado?
Fonte: Jornal de Fato - Coluna Prosa & Verso