A TV brasileira já apresentou várias críticas aos governantes de nosso país, recheadas de metáforas com a realidade – O Salvador da Pátria, Que Rei Sou Eu?, Vale Tudo, O Bem Amado e Roque Santeiro são bons exemplos disso. Mas nunca se escancarou tanto uma realidade disfarçada de ficção como na trama de O Brado Retumbante, com personagens tão parecidos com os da vida real, em aparência ou atitudes – como os políticos e jornalistas que cercam o presidente protagonista.
Como era de se esperar, a audiência não correspondeu à qualidade da atração. O Brado Retumbante ficou poucos pontos acima do segundo lugar, A Hora do Rush 2 apresentado pelo SBT.
Nesses tempos em que a “nova classe C” dita a programação da TV e comanda a audiência, é sempre bom festejar produções voltadas para um público “diferenciado”.
É importante lembrar que, apesar da qualidade do programa e da forma direta como mostra a podridão na política brasileira, a Globo é a Globo e, como representante dos setores mais conservadores da nação, não poderia perder a chançe de fazer uma dura crítica aos políticos de esquerda, buscando, a todo custo, mostrar aos telespectadores que, apesar do discurso de defesa das minorias, esses políticos em nada se diferenciam dos tradicionais políticos brasileiros, que pensam apenas em se locupletar às custas do dinheiro público.
Diante de uma programação tão ruim, recheada com novelas de gosto duvidoso e enlatados americanos, vale à pena dormir um pouco mais tarde e assistir ao provocador "O Brado Retumbante", mesmo que tenhamos que aturar alguns minutos de BBB (fica mais fácil suportar o BBB se você acionar a tecla "mute").
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