Há cerca 3 anos venho utilizando a rodoviária da cidade do Natal.
Durante todo esse período sempre paguei a tarifa de embarque para ter o direito de embarcar no ônibus a partir da rodoviária sem entender o porquê dessa tarifa.
Hoje, antes de embarcar para Mossoró, procurei por um banheiro na rodoviária e, para minha surpresa, encontrei um banheiro limpo e organizado, porém, achei estranho a presença de uma pessoa controlando o acesso a esse banheiro.
Desconfiado, perguntei se precisava pagar para ter acesso ao dito banheiro.
A senhora respondeu que sim e disse que havia outro banheiro cujo acesso era livre.
O que ela chamou de banheiro de acesso livre, na verdade, mais parecia um chiqueiro. Acredito que muitos porcos se recusariam a frequentá-lo de tão sujo e mal cheiroso que estava.
Essa é a lógica das privatizações em nosso país. Ao contrário do que se pensa, não se fecha o órgão público, mas se precariza tanto a qualidade do serviço prestado que todos aqueles que podem pagar deixam de utilizar o sucateado serviço público e passam a frequentar instituições privadas.
Tem sido assim com a saúde, com a educação, com a segurança e até mesmo com os banheiros da rodoviária da cidade do Natal.
Lamentavelmente, ao invés de reivindicar serviços públicos de qualidade, parte significativa da classe média se enche de orgulho por poder pagar por serviços privados.
Isso é que é cidadania.
Muito boa, a conclusão do enunciado. Na verdade, o objetivo do currículo oculto do nosso sistema educacional é exatamente esse: “fazer a grande parte significativa da classe média se encher de orgulho por poder pagar por serviços privados.” Quem é essa classe média?
ResponderExcluirSão aquelas pessoa que tiveram “sucesso” nos negócios públicos (que usaram de esperteza) e que se deram muito bem nesse sistema.
Daí o orgulho. Esse orgulho é filho legítimo do sucesso competitivo e das meritocracias.
Educar no sentido de desconstruir toda essa semiótica é lutar contra o próprio sistema educacional que nos “convida” a trabalhar para ele. Portanto é uma luta suicida.
Ideia contrária a essa semiótica toda é aquela pedrinha no sapato todo que a própria Educação trata de eliminá-la.
Os professores são convidados tão-somente para repassarem conhecimentos especializados: Química, Matemática, ‘’’Português’’’ etc.
Gilmar