Educai as crianças, para que não seja necessário punir os adultos. Pitágoras

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“O principal objetivo da educação é criar pessoas capazes de fazer coisas novas e não simplesmente repetir o que as outras gerações fizeram.” Jean Piaget

Número de homicídios em Mossoró no ano de 2013

Até o momento, foram registrados 133 homicídios na metrópole do futuro.
Alguém acredita que nossas autoridades (Prefeita, Governadora, Vereadores etc.) estão preocupadas com isso?

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terça-feira, 19 de julho de 2011

pai e filho são agredidos no interior de SP, por serem confundidos com casal gay

A Polícia Civil de São João da Boa Vista (SP) investiga a agressão contra dois homens, pai e filho, que teriam sido confundidos por criminosos com um casal gay. O caso ocorreu no fim de semana, durante uma feira agropecuária da cidade. O homem de 42 anos perdeu boa parte da orelha direita. O rapaz de 18 anos foi encaminhado ao hospital, mas já foi liberado.

Segundo a polícia, os dois estavam abraçados quando integrantes de um grupo de sete jovens perguntaram se eles eram gays. Diante da negativa, o grupo saiu, mas retornou e começou a espanca-los. Os agressores ainda não foram identificados.

Fonte:UOL Notícias.
Nota do blog: O Brasil é o país onde mais se mata homossexuais no mundo.

vejam abaixo a íntegra da carta aberta da Parada Gay contra o “conservadorísmo e fundamentalistamo”:

Em 2010 mais de 260 lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais foram assassinados no Brasil, em ataques tipificados pelas autoridades como crimes de ódio. Uma sociedade que vende para o resto do mundo uma imagem de “acolhedora” e “diversa” está com suas mãos sujas de sangue. Nós, brasileiros, carregamos o título de país líder em assassinatos e violência contra LGBT.

Aqui se mata mais homossexuais do que nos países islâmicos em que a homossexualidade ainda é condenada pela lei com a pena de morte. A semelhança entre o Brasil e nações como o Irã, Arábia Saudita e os Emirados Árabes é que aqui a pena de morte aos LGBT também se dá através da fé e da religião, que, na teoria, não têm poder de interferência em nossa constituição, porém, na prática, têm sistematicamente regido a tão profanada Lei dos Homens, que deveria ser isenta e igualitária.

É inegável que a conquista da cidadania tem avançado para a população LGBT; um mérito que não é apenas da militância e do movimento organizado, mas também da nossa sociedade como um todo, que tem se mostrado comprometida contra o preconceito e todas as formas de discriminação.

Porém, como toda ação gera uma reação, observamos o recrudescimento dos setores conservadores. Eis que vemos no Brasil o surgimento de uma mobilização capaz de unir fundamentalistas e extremistas de direita, religiosos e nazifascistas, que numa voz uníssona bradam contra os direitos humanos de milhões de cidadãs e cidadãos. 

Antes, nossos algozes agiam na calada da noite, nos violentando em becos à surdina, como se, nos atingindo individualmente, pudessem nos exterminar pelas beiradas. Hoje, saem às ruas, fazem abaixo-assinados, manifestam-se na Avenida Paulista e marcham sobre a Esplanada dos Ministérios para barrar a garantia de nossa dignidade.

Trata-se de uma versão brasileira do movimento norte-americano “God Hates Fags”. A diferença é que, aqui, os que creem que “Deus odeia as bichas” são muitos, têm forte representatividade no Congresso, recebem a atenção da imprensa e, infelizmente, ganham adeptos.

Na história da humanidade, o nome de Deus não somente foi usado diversas vezes em vão, como serviu para respaldar a violência e morte de diversas minorias. A escravidão dos negros africanos, a condenação dos judeus e a perseguição às mulheres no período de “caça às bruxas” são exemplos disso. Como herança cultural, ainda temos estabelecido o patriarcalismo e a soberania de brancos como regras informais de nossa civilização ocidental contemporânea. A Inquisição ainda está viva no que diz respeito à homofobia, mas não só a ela. 

Em tempos modernos, os inquisidores apenas trocaram a tocha e a fogueira pela lâmpada fluorescente, mas a condenação ainda ocorre em praça pública, consentida e assistida por muitos.

Há quinze anos, a primeira Parada do Orgulho LGBT de São Paulo reuniu 2 mil pessoas para dizer que “somos muitos, estamos em todas as profissões”. Nos dias de hoje, os mais de 3 milhões que nos acompanham, multiplicados pelas mais de 200 Paradas que ocorrem em todo o território nacional, reafirmam isso e vão além.

Estamos em todas as profissões, famílias, lares, escolas, esportes e igrejas. Sim, mesmo sem você saber, sempre existiu e sempre existirá um LGBT ao seu lado, a quem você jamais gostaria de saber ter sido vítima de bullying, humilhação, agressão moral, violência física, sexual ou homicídio. Incluir e amparar indiscriminadamente todas as pessoas não seria o principio básico da religião? 

Se “quem ama conhece a Deus”, qual seria a determinação religiosa para aqueles que professam o ódio e a ira? Não é condenável levantar falsos testemunhos sobre a compreensão da complexidade humana, assim como sobre toda e qualquer ação que visa proporcionar o reconhecimento da existência de uma população comum? Se para os crédulos, Deus não faz acepção de pessoas e todos são iguais perante a Ele, porque insistem em nos manter à margem?

Respeitosamente, nos apropriamos da frase “Amai-vos uns aos outros” para pedir fim à guerra travada entre religião e direitos humanos, financiada pelas brasileiras e brasileiros que dão voz aos fundamentalistas e extremistas que ocupam as cadeiras do Parlamento e espaço nas mídias. Nós, os perseguidos, apesar de já estarmos calejados de oferecer a outra face, usamos de suas crenças para dizer: “Perdoai-vos. Eles não sabem o que fazem”.

3 comentários:

  1. Não por terem confundido as vítimas, o motivo é outro. Tópico nesse sentido favorece aos agressores e às ideologias. A manchete deveria ser algo assim: “Dois cidadãos são barbaramente espancados por bandidos/fascínoras/malfeitores etc.” No desenvolvimento do texto, dizer que os criminosos, como desculpa, se dizem homofóbicos alegando ter confundido as vítimas com um casal homoafetivo.

    Caro leitores, que valores ideológicos na nossa cultura respaldariam tais atos de violência? Será que eles (os criminosos) não já saíram de casa com a sádica intenção de fazer vítimas? Será que eles realmente confundiram as duas vítimas como sendo um casal homossexual ou será que usaram essa desculpa (indesculpável) como racionalização? E se as vítimas não fossem pai e filho estaria a violência justiçada? Não! Não estaria e, com certeza, os criminosos apresentariam outra desculpa “racional”.

    Bom, pessoas de mau caráter têm habilidades inatas para engendrar astúcias discursivas. Esses agressores (sociopatas) devem ser punidos com extremo vigor da lei e é dever de todo cidadão de BEM não SILENCIAR e acompanhar o desfecho desse episódio para garantir JUSTIÇA SOCIAL DEVIDA.

    Faço um hiato aqui para apresentar uma explicação sobre as estratégias que os malfeitores usam (de forma eficaz) para se passarem incólumes. Esses pilantras, nas perspectivas freudianas, usam três mecanismos de defesa: a FORMAÇÃO REATIVA, a PROJEÇÃO e a RACIONALIZAÇÃO. Descreverei apenas esse último.

    Na racionalização o CRIMINOSO elabora um argumento para dissimular o motivo real. Elabora falsas razões para justificar seus comportamentos ofensivos. A racionalização (argumentos “convincentes”) é o meio discursivo mais utilizado por sociopatas quando seus atos são descobertos. Eles agem à surdina. São sonsos, hipócritas, mas têm comportamentos que os denunciam – são bem decorosos; moralistas; obsequiosos e coquetes. Na justificativa (racionalização) os criminosos revelam também quem os apoiam: a maioria dos religiosos e todos os falsos moralistas.

    O grande problema na racionalização, nesse sentido, é que a pessoa astuciosa consegue, (dependendo de com quem ela está lidando), destorcer certos valores e colocar o bem a serviço do mal. Para isso, todos os valores culturais podem ser desvirtuados e servir de desculpa. Pode ser a lei, a religião, a ética etc. Os mais espertos pensam: “para que fazer o mal fora da lei se o indivíduo (esperto) consegue fazê-lo de acordo com ela”.

    É mister também esclarecer neste ponto que existe uma grande diferença entre neuróticos, aquelas pessoas que utilizam uma racionalização como forma de evitar um transtorno emocional e os sociopatas - indivíduos “pobres” de emoção, apáticos e sem remorsos que também utilizam esse mesmo mecanismo de defesa. Sociopatas não são homofóbicos, especificamente. Eles praticam o MAL por índole. Acusarem as vítimas de uranismo é apenas um desculpa. Qualquer um pode ser vítima, basta estar em situação de força desfavorável. Na caça, esses indivíduos de mau caráter geralmente atacam pessoas ou grupos de pessoas mais fracos ou sem poder de reação à altura no momento. São assim também denominados: tiranos, bullies, arrogantes e déspotas. (CONCLUSÃO NA PRÓX. POSTAGEM)

    Gilmar

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  2. CONTINUAÇÃO COMENTÁRIO ANTERIOR)

    Vejamos alguns exemplos de racionalização (desculpas, pretextos – no senso comum):

    • Aficionados a brigas de animais, afirmam enfaticamente: “Na natureza, eles brigam assim, até a morte”. Dizendo isso, eles tentam convencer as pessoas e, às vezes, a si mesmos que não são pessoas cruéis.
    • Um detento estupra um outro por ter estuprado uma vítima. Então, oferece a seguinte racionalização: “Dente por dente, olho por olho”. Ora, qualquer indivíduo do sexo masculino, seja ela qual for sua predileção sexual, sabe, e muito bem, que a ereção erótica só ocorre quando há atração sexual. O resto é conversa pra boy dormir sem traumas. Trata-se de um sujeito com conflito de identidade ou de papéis.
    • Um sujeito sádico violenta e mata uma prostituta e depois apregoa: “A fornicação é um pecado abominável aos olhos de Deus”. “Temos que cortar o mal pela raiz” (o mal é ele mesmo. Nesse exemplo, o criminoso tenta se justificar na religião. Nesse sentido, tudo indica que muitos rituais religiosos foram criados por sociopatas para realçarem suas fantasias e disfarçarem desejos sádicos).
    • Um indivíduo lidera campanha a favor da pena capital, dizendo: “Que justiça seja feita: quem com o ferro fere com o ferro será ferido”. Muitas vezes, podemos ver aí um sujeito com alto grau de necrofilia ou sadismo extremo querendo pegar carona na justiça na expectativa de se candidatarem a carrascos ou assistirem execuções.

    Esse episódio me fez lembrar de um fato lamentável ocorrido, há algum tempo, aqui em Mossoró, em frente ao Posto de Combustível Imperial.

    Alecsandro, um dos agressores desse referido triste episódio é conhecido nosso. A grosso modo, podemos dizer que “quem vê cara, não vê coração.” É preciso um bom conhecimento semiótico para interpretar traços faciais e gestos. Só é hipócrita quem sabe ser. A hipocrisia requer talento, por isso é uma arte. Mas quem sabe ler textos e sabe a diferença entre semântica e sentido; enunciatário e narratário, consegue captar muita coisa nas entrelinhas. Os analfabetos funcionais só entendem muito bem de sintaxe e semântica. Linguagem é uma outra coisa.

    Infelizmente, Alecsandro, a vítima desse episódio ao relatà-lo pra mim, pediu para que não mais tocasse nesse assunto e que devido aos transtornos que já sofreu em sua vida em consequência de sua orientão sexual por natureza e por isso imutável,já havia tentado suicídio.

    Caros leitores, um sociopata é incapaz de sentir remorsos por suas ações. Por isso, tudo que há de valor, de virtude, de bom que possa ser dito não surtirá efeito algum. É como lançar pérolas aos porcos, disse Jesus!!!!!!
    Não vai mudar nada, e Jesus acrescenta "Eles vão pisoteá-las" isto é, massacrar quem tentar impedí-los. É aí que entra a lei, se existir e for justa.

    Gilmar

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  3. De novo, a esse tópico. Bom, é que um outro incidente, desta vez na Noruega, tem relação com esse assunto

    Como falei no comentário anterior e em outras postagens neste e em outros blogues, a racionalização (desculpa, alegação, em termos populares) é um mecanismo de defesa (uma estratégia) usada, em larga escala, e, principalmente, por pessoas mal intencionadas. Elas precisam, por essa razão, mascarar suas verdadeiras intenções, ou seja, disfarçar a intenção de fazer o mal por propensão natural para satisfazer desejos pessoais que são socialmente destrutivos e, portanto, INACEITÁVEIS!!!!!

    Esse incidente em São Paulo coincide em natureza atroz com esse outro, mais recente, ocorrido na Noruega. A diferença são apenas as vítimas. O motivo é o mesmo – parte de um criminoso com índole antissocial. A justificativa, ou seja, a racionalização (a desculpa que tenta mascarar esse transtorno de personalidade) será a mais fácil de se encontrar naquele contexto social. Aqui, por exemplo, foi a homofobia e lá, a xenofobia (aversão a estrangeiros). As alegações feitas pelos criminosos e pessoas mal intencionadas são geralmente falsas.

    Gilmar

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