Na tarde desta terça-feira (06/07) o Senador Mão Santa (PSC-PI) lamentava o baixo desempenho apresentado pelo estado do Piauí no IDEB, fazendo referência a nota 3,0 obtida pelo estado na avaliação do ensino médio e que foi a pior nota entre todos os estados do Brasil.
Aproveitando a oportunidade, a Senadora Rosalba Ciarlini (DEM-RN) fez duras críticas à ex-governadora Wilma de Faria (PSB-RN) e ao atual governador Iberê Ferreira (PSB-RN), afirmando que o estado do Rio Grande do Norte, que obteve nota 3,1 para o ensino médio, apresentou uma das piores notas no IDEB para este nível de ensino.
Para a Senadora, os resultados positivos obtidos no estado do RN estão nas séries iniciais do ensino fundamental e são frutos da dedicação apresentada por alguns prefeitos.
A Senadora destacou a realidade de Mossoró, com nota 4,4 para as séries iniciais (até o quinto ano), e afirmou que contribuiu para este resultado no período em que esteve à frente da gestão municipal.
Convenientemente, a senadora esqueceu de falar sobre os resultados apresentados pelas escolas públicas municipais para as séries finais do ensino fundamental (nono ano). As escolas municipais de Mossoró obtiveram nota 2,9 para este nível de ensino, enquanto que as escolas estaduais de Mossoró obtiveram nota 2,8.
Se considerarmos que os alunos que estavam no nono ano do ensino fundamental em 2009 começaram a frequentar a escola quando Rosalba ainda era prefeita de Mossoró (o que não acontece com os alunos do quinto ano, que iniciaram suas atividades educativas já na gestão de Fafá), fica fácil concluir que o trabalho da Senadora Rosalba a frente da prefeitura teve mais influência sobre os alunos das séries finais (com pior desempenho), do que sobre os alunos das séries iniciais.
O que os resultados do IDEB deixam claro é que a educação do Rio Grande do Norte ainda tem um longo camnho a percorrer para atingir os padrões mínimos desejáveis.
Na verdade, não consigo perceber no trabalho da Ex-governadora Wilma de Faria, nem no trabalho do seu sucessor, ações que apontem para uma mudança na atual realidade.
Da mesma forma, não vejo nas últimas gestões do município de Mossoró (Rosalba e Fafá) ações que modifiquem a realidade das escolas públicas municipais.
Tanto os professores da rede estadual de educação, quanto os professores da rede municipal, recebem salários que não dignificam a profissão. Esses profissionais não têm um plano de carreira decente., que os estimule a se qualificar buscando uma pós-graduação. As atuais condições de trabalho dos professores não estimulam os bons alunos do ensino médio a buscarem a profissão docente. Preferem prestar vestibular para Direito, Medicina ou Engenharia (Porque será?).
Diferente da Senadora Rosalba, não vejo razões para comemorar uma nota 4,4 para as séries iniciais e uma nota 2,9 para as séries finais do ensino fundamental.
Oferecer educação de qualidade é um grande desafio para a gestão pública. Nesse sentido, tenho dúvidas se essas pessoas que já ocupam cargos de comando a tantos anos e que estão, novamente, reivindicando uma oportunidade, serão capazes de vencer esse desafio.
É bom lembrar que o primeiro secretário de educação de dona Wilma foi o senhor deputado Betinho Rosado, mas foram tempos em que as duas Wilma E Rosalba eram aliadas, PORTANTO no que concerne à educação AS DUAS seriam "CONIVENTES"?
ResponderExcluirO Ideb é o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, sendo uma das primeiras iniciativas brasileiras para medir a qualidade do aprendizado nacionalmente e estabelecer metas para a melhoria do ensino. O Ideb foi criado em 2007 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Esse órgão é fiscalizado pelo Ministério da Educação (MEC), e serve de indicador nacional que possibilita o monitoramento da qualidade da Educação pela população. É um dado real, com o qual a sociedade pode se mobilizar em busca de melhorias. As avaliações dos desempenhos de aprendizagem em Língua Portuguesa e Matemática dos estudantes do sistema público de educação básica, nos segmentos do ensino fundamental e seus resultados insatisfatórios ao longo de mais de dez anos, alimentam polêmicas em diferentes espaços acerca das políticas públicas e da gestão educacional. A avaliação é quantitativas, não levando em consideração elementos, como variáveis socioeconômicas dos alunos, o local onde as escolas funcionam e os materiais que existem em cada escola, deixando muitas informações camufladas. Somente com a nota não é possível saber qual a porcentagem de alunos não se saiu bem na prova, se a escola melhorou sua nota é porque os bons alunos foram bem na prova, e os que necessitam de reforço ficam para trás. Outro fator importante é a maneira como o Ideb aparece na mídia, influenciando muito a opinião publica, pois o mesmo divulga apenas um número, não sendo possível compreender as razões que levaram à mudança no desempenho de escolas e sistemas de ensino.
ResponderExcluirPor Cleide.