Em uma entrevista com o físico alemão Andreas Schleicher, diretor para educação da OCDE, a Revista Veja pergunta o que fazer para atrair os maiores talentos para a profissão docente.
Segundo Andreas Schleicher, os sistemas mais avançados de ensino do mundo, a carreira é preenchida por profissionais de alto nível. Isso, e não os altos salários, é o que torna a profissão atraente em países tão diferentes como Finlândia, Japão ou Singapura. Os candidatos a uma vaga de professor não se sentem atraídos por escolas organizadas como linhas de montagem. Eles desejam se deparar com uma organização de alta performance, com status, autonomia profissional e educação de alta qualidade atrelada ao profissionalismo, com sistemas eficazes de avaliação profissional e com carreiras diferenciadas.
Será que é isso mesmo que os alunos que deixam o ensino médio estão procurando quando escolhem o curso superior que irão frequentar e a carreira profissional que irão exercer?
Será que esses alunos buscam o curso de Direito ou de Medicina com tanta vontade porque irão encontrar um poder judiciário eficiente ou hospitais públicos bem equipados e oferecendo um serviço de qualidade?
Creio que não.
Contrariando o argumento do físico, acredito que a grande procura por cursos como Direito e Medicina se deve às excelentes perspectivas de remuneração para os profissionais que atuam nessas áreas.
Aqui mesmo em nosso pobre RN, enquanto que um professor recebe um salário por volta de R$ 1.000,00, qualquer funcionário com nível superior do poder judiciário recebe salários superiores aos R$ 5.000,00, existindo casos de profissionais que recebem salários de cerca de R$ 20.000,00.
Um professor da educação básica do RN, em fim de carreira e com o título de doutor, não recebe o salário de um funcionário de nível médio do poder judiciário.
Diante de uma situação como essa, ninguém pode esperar que os melhores alunos do ensino médio procurem os cursos de formação de professores. Estamos em uma sociedade de consumo e, infelizmente, as pessoas mostram o seu valor pelo que são capazes de consumir, valorizando assim, profissões que lhes permitam ganhar bons salários.
Ele também argumenta que é necessário criar critérios mais rígidos para a admissão de alunos nos cursos de formação de professores.
Ora, se criarmos critérios mais rígidos para a entrada nos cursos de licenciatura, muitos desses cursos irão fechar por falta de alunos, pois muitos alunos dos cursos de licenciatura estão ali porque não conseguiram entrar em outro curso.
O MEC começará a resolver o problema da educação brasileira quando tiver coragem de investir em formação, salário e boas condições de trabalho para os professores.
Sem isso, iremos continuar vendo o Brasil passar vergonha nos exames internacionais como o PISA, onde estamos sempre ocupando as últimas posições.
Concordo plenamente professor, embora muitos professores tenham amor pela profissão, mas não são reconhecidos como deveriam, sendo nós um dos responsáveis pela formação de todas as formações. Para ser professor hoje em dia requer muito amor pela profissão e muita paciência também, embora já não seja bem valorizado, o professor para poder ganhar algo melhor precisa se matar de dar aulas em mais de 2 escolas, o que vem a tornar seu trabalho não lá um dos melhores, devido o pouco tempo para elaboração do mesmo, e desgastante para sua capacidade tanto física como mental.
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